Desde de criança eu sempre fui muito excluída pelas meninas que brincavam aqui na rua de casa, elas me deixavam no canto, sozinha, não queriam saber de mim.. Meus amigos sempre foram os meninos, com os meninos eu me sentia bem a vontade, eles me faziam se sentir querida. Tinha 8 anos na época eu acho, quando comecei a brincar de bola com os meninos na rua de casa e fui gostando do esporte, mas só jogava por diversão. Eu não jogava tão bem, sempre era só pra me divertir mesmo.
O tempo passou e eu ja tinha 10 anos, meu futebol tinha melhorado, e muito. Pessoas ja vinham me falar de que aquele esporte era uma coisa que eu fazia muito bem, mas eu nem ligava pois não era apaixonada pelo futebol, minha paixão mesmo era o vôlei. Eu pedi a minha mãe para me matricular na escolinha de vôlei, chegando lá, eu vi que naquele mesmo lugar tinha umas meninas jogando futsal e fui olhar. Bem atenta, fiquei olhando os dribles, os chutes, os passes e peguei gosto pela coisa.
No mesmo dia eu disse a minha mãe que não queria mais jogar vôlei e ela respeitou o meu pedido pois ainda eu era muito pequena e ela respeitou a minha escolha. Chegando em casa, tinha uma monte de meninos jogando bola na rua, e fiquei prestando atenção em cada drible que eles davam pra depois eu poder repetir e tentar fazer igual e assim fui aprendendo os meus primeiros dribles.
Com 12 anos eu ja jogava muito bem, tinha aprendido tudo na rua da minha casa olhando os meninos fazerem tudo e eu repetindo os mesmos dribles. Foi então que um homem teria visto eu jogando na rua me chama pra fazer um teste numa escolinha de futebol de campo, e eu fui e fiz o teste e com glória eu havia passado. Lá na escolinha eu era bem querida, aprendi muita coisa, ganhei velocidade e força. Havia decidido que era aquilo mesmo que eu queria pra minha vida. E foi dai que começou a fase dificil, por eu ja esta com meus 12 anos, virando uma mocinha, todo mundo exitava, falava que isso era coisa de menino, que não era pra uma menina jogar bola, e a principal pessoa que me dizia isso era a minha própria mãe.
Aos poucos eu fui perdendo o apoio dela, a cada dia que passava escutava coisas absurdas, chorava escondida, tentava fingir que eu não era tudo aquilo o que a minha mãe me falava. Tentava buscar forças com os amigos que sempre diziam que era boa de bola pra ficar se preocupando com tudo aquilo.